A Polícia Federal (PF), em uma ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), deflagrou nesta terça-feira (29) a “Operação Comboio” com o objetivo de investigar irregularidades na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM). As ações incluem busca e apreensão em condomínios da zona Centro-Sul da capital amazonense.
Além de Manaus, as operações estão acontecendo simultaneamente em um município do Amazonas e no Estado de São Paulo, com o apoio do GAECO-MPSP, também com a intenção de investigar possíveis irregularidades na Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Entre os alvos da investigação estaria Victor Mansur, filho do Secretário de Estado de Segurança Pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur. Victor ocupou a chefia do Núcleo Especial de Operações de Trânsito (Neot) quando a pasta de segurança pública estava sob o comando de seu pai. As equipes estão realizando buscas tanto nas dependências da secretaria quanto nas residências de servidores e membros da alta cúpula da pasta.
Investigação da Polícia Civil
A operação levanta preocupações sobre possíveis conexões entre as irregularidades na SSP-AM e eventos anteriores. Em abril, vários policiais civis e militares de Manaus foram presos durante uma operação da Polícia Civil que visava crimes de lavagem de dinheiro envolvendo mineração ilegal de ouro e pedras preciosas.
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) também investigou se três agentes de Segurança Pública, que foram presos em abril pelo crime de roubo a mão armada, cometeram mais crimes utilizando veículos pertencentes ao Governo do Estado. Há suspeitas de que esses eventos possam revelar a existência de uma milícia e que outros envolvidos possam ser levados à justiça.
O crime que levou à prisão dos três agentes aconteceu em janeiro. O cabo da Polícia Militar, Bruno Everson Santos, o investigador da Polícia Civil, Liniker Holanda, e o auxiliar técnico da SSP-AM, Mateus Nogueira, planejaram e executaram uma ação criminosa contra Jorge Santos de Araújo, um trabalhador de 58 anos. A vítima foi abordada, agredida e ameaçada de morte, sendo forçada a dirigir seu caminhão para um local remoto, onde teve seus pertences roubados pelos criminosos.
As investigações revelaram que os veículos usados pelos criminosos tinham placas adulteradas e pertenciam à Secretaria de Estado de Segurança Pública. Além disso, descobriu-se que a Ford Ranger usada no crime era anteriormente utilizada por Victor Mansur quando ele chefiava o Neot, e a S10 estava sob responsabilidade de Mateus para fins profissionais do mesmo departamento.
